segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Hipertexto...

Oi pessoal, encontrei um blog interessante que vale a pena conferir. Embora não esteja com postagens recentes pude perceber que há um bom material sobre hipertexto e mais temas também comentados no decorrer da disciplina "História da Cultura".
http://hipertextoecultura.blogspot.com/2007_03_01_archive.html.

Divirtam-se!

Mariana Simões
2º. Arquivologia

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Memória da Biblioteconomia Brasileira - Carminda Nogueira de Castro Ferreira

Carminda fala sobre o uso das tecnologias.
Para assistir clique aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=cE4Vw6mK7s0&feature=related

Memória da Bilblioteconomia brasileira

Esse video ficou super interessante fala sobre a memória da biblioteconomia brasileira e sobre as competências do bibliotecário brasileiro.
Para assistir clique aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=EYdiaV1PfRU&feature=related

Aline de Deus Ferreira
2°Biblioteconomia

Multimedia, Hipermedia e Hipertexto de forma divertida

Pessoal um video sobre Multimedia, Hipermedia e Hipertexto, é um video super legal sobre o assunto assintam.

Para acessar o video clique:
http://www.youtube.com/watch?v=QmRtkveG56w&feature=fvst

Aline de Deus Ferreira
2°Biblioteconomia

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução (postado por Roberta Barganian - 3° biblio

Marx em sua pesquisa pôde prever o futuro do capitalismo, que só meio século depois passou a sentir seus efeitos em todas as áreas culturais. No entanto, o aspecto da arte proletária após a tomada da classe operária confirma sua posição. A dialética dessas condições está mais nítida na superestrutura do que na economia, eles renunciam muitas noções tradicionais, como: poder criativo e genialidade, e valor de eternidade e mistério, passível de justificar interpretações fascistas.
A obra de arte sempre foi alvo de reprodução por motivos diversos, no entanto, as técnicas de reprodução são um fenômeno novo. Os gregos conheciam dois processos de reprodução: a fundição e a cunhagem. Com a gravura na madeira foi possível a reprodução do desenho muito antes da imprensa. No início do século XIX a litografia marca um processo decisivo nas técnicas de reprodução por sua exatidão, reproduções em séries e produção de obras novas. Desta forma, o desenho passou a ilustrar a atualidade cotidiana sendo um colaborador da imprensa. Algumas décadas depois a fotografia viria a substituí-lo de forma que seu ritmo acelerado chegou a seguir a cadência das palavras, além disso, a mesma já continha o germe do cinema falado.
No século XX as técnicas de reprodução ganham outro aspecto, ou seja, o de modificar obras de arte do passado, mais delas próprias se imporem como formas originais de arte. A reprodução da obra de arte e a arte cinematográfica reagiram sobre as formas tradicionais de arte. Por mais perfeita que seja uma reprodução sempre falta algo em sua autenticidade que segundo Benjamin quer dizer ‘hic et nunc’, outro aspecto é que a obra de arte pode sofrer alterações de acordo com seus possuidores. De qualquer modo a obra de arte tem sido desvalorizada, o que caracteriza a autenticidade de alguma coisa é a duração material e seu poder e testemunho histórico.
Podemos recorrer à noção de aura, visto que as reproduções atingem a aura da obra de arte. Este processo tem valor de sintoma, sua significação vai além do terreno da arte. A multiplicação das cópias transforma o evento num fenômeno de massa, permitindo ao objeto reproduzido sua exibição em quaisquer circunstâncias, dando-lhe atualidade permanente. Esses dois processos conduzem a um abalo da realidade transmitida (abalo da tradição). Os movimentos de massa têm como o seu agente mais eficaz o cinema, já que não se pode apreender a significação social do cinema, por exemplo: com a evolução cinematográfica perdeu-se também a aura do ator, a introdução das palavras e novos critérios de filmagem, contrapõem-se ao cinema mudo onde sua característica marcante é a expressão corporal do ator.
Dois aspectos apontados pelo autor sobre o estudo da obra de arte na época das técnicas de reprodução,é a emancipação da obra de arte com a relação parasitária que lhe era imposta pelo seu papel ritualístico, o critério de autenticidade não é mais aplicável e sua função fica subvertida, passando a ser política. A obra de arte deixa de ser única, passa das mãos de poucos com poder aquisitivo e status social, para as mãos de muitos, a reprodução assume outro papel, o que era um ritual mágico, religioso, e belo, não é mais a questão centralizadora da obra de arte, a autenticidade torna-se o substituto do valor de culto.
A primeira técnica de reprodução revolucionária surgiu com a fotografia, no século XIX a polêmica entre os pintores e fotógrafos era quanto ao valor de a fotografia ser arte ou não, da chapa fotográfica pode-se tirar um grande número de provas, seria absurdo indagar qual delas é a autêntica, mas há de se reconhecer outros aspectos qualitativos na arte fotográfica, o culto da recordação permanece.
No teatro o ator interage diante do público sem qualquer interferência, já o ator de cinema tem sua atuação manipulada por vários tipos de mecanismos (direção, edição, entre outros), ele não desempenha o papel ininterruptamente e sim numa série de sequências isoladas. No cinema o autor deve agir com toda a sua personalidade viva, mas privado da aura, já no teatro a aura de um personagem é inseparável da aura do autor que desempenha este papel. Na medida em que se restringe o papel da aura, o cinema constrói artificialmente, fora do estúdio, a personalidade do ator, o culto do astro, que favorece ao capitalismo dos produtores, sendo assim o interesse principal dos produtores de filmes é o de estimular a atenção das massas para representações ilusórias e espetáculos equívocos. Por isso, o mesmo público que em presença de um filme burlesco reage de maneira progressista viria a acolher o surrealismo com espírito reacionário. Cinema não é apenas um modo pelo qual se apresenta, mas também a maneira de representar o mundo que o rodeia. O cinema enriqueceu a nossa atenção através de métodos que vem esclarecer a análise freudiana (facultava a análise de realidades), portanto o cinema acarretou um aprofundamento da percepção, aí está uma das suas funções-revolucionárias a identidade entre o aspecto artístico da fotografia e o seu uso científico.
Uma das tarefas essenciais da arte é suscitar determinada indagação num tempo ainda não maduro para que se recebesse plena resposta. As extravagâncias e exageros nascem daquilo que constitui, como por exemplo, o dadaísmo que buscava produzir, através da pintura ou da literatura os próprios efeitos que o público hoje solicita do cinema. Os dadaístas se compraziam com manifestações bárbaras, com o aviltamento sistemático da própria matéria de suas obras, ao ponto de privar radicalmente de qualquer aura as produções às quais infligiam o estigma da reprodução. Para uma burguesia o reentrar em si mesmo tornou-se uma escola de comportamento associal, fazendo-se da obra de arte um objeto de escândalo com o intento antes de tudo de chocar a opinião pública.
Enfim, a velha recriminação: as massas procuram a diversão, mas a arte exige concentração. O homem é em sua essência um ser criativo, capaz de reproduzir muitas formas de arte, a tragédia surgiu com os gregos, desapareceu por um longo período, e mais tarde reapareceu sobre a forma de regras. O poema épico, que data da juventude dos povos atuais, desapareceu na Europa pelo fim da renascença. O quadro nasceu na idade média e não é possível prever a sua duração. A arquitetura nunca parou, sua história é mais longa do que qualquer obra de arte, a acolhida pode ser tátil ou visual. No âmbito tátil, a acolhida faz-se menos pela atenção do que pelo hábito. E é esse hábito que, em larga escala determina igualmente a acolhida visual, esta última, consiste muito menos num esforço de atenção do que numa tomada de consciência acessória. O filme corresponde a essa forma de acolhida, se ele deixa em segundo plano o valor de culto da arte, não é apenas porque transforma cada espectador em aficionado, mas porque a atitude deste aficionado não é produto de nenhum esforço de atenção.
A proletarização crescente do homem contemporâneo e a importância cada vez maior das massas constituem dois aspectos do mesmo processo histórico, o fascismo queria organizar as massas sem mexer no regime da propriedade, o resultado é que houve uma estetização da vida política. A essa violência que se faz as massas culminaram num só ponto: a guerra. A estética da guerra, hoje em dia: já que a utilização normal das forças produtivas está paralisada pelo regime da propriedade, o desenvolvimento dos meios técnicos, do ritmo das fontes de energia volta-se para o uso contra a natureza. Verifica-se através da guerra, devido às destruições por ela empreendidas, a sociedade não estava suficientemente madura para fazer da técnica, o seu órgão, a técnica não estava suficientemente evoluída a fim de dominar as forças sociais elementares. Essa é a estetização da política, tal como a prática o fascismo e do comunismo a resposta de politizar a arte.

A VIDA SOCIAL DAS COISAS: roupas, memória, dor (postado por Roberta Barganian - 3° biblio)

Meu amigo Chulepa!
Chulepa, este é o seu nome, meu amigo inseparável. Lembro-me bem que com dezesseis anos nunca fui tão chantageada para deixá-lo, já namorava e havia ficado noiva, todos na minha casa diziam: - que vergonha você já é uma mulher, já vai se casar e dorme com o chulepa! Para mim nunca foi vergonha alguma, sempre gostei do meu chulepa, amarelinho, sujinho, com o passar dos anos pequenino, velhinho, remendadinho, mas era meu amigo, só meu! Dormir sem ele jamais, para ser lavado eram necessárias muitas conversas para me convencer, não o perdia de vista, do tanque para o varal e do varal direto para meus braços, incansáveis de esticar para ver se já estava seco. Nada substituía o meu chulepa, objetos eram agregados ao meu berço e depois a minha cama, vários chupetas que eu adorava também, cachorro de pelúcia, bonecas, ursos, mas nem pensar em tirar o meu chulepa! Por volta dos meus vinte e cinco anos aposentei o meu amigo, com muito pesar, pois mais algumas dormidas e lavadas ele não iria suportar, hoje o guardo em um saco plástico como a minha relíquia, o meu chulepa, sei que existe e está guardado! Lógico que sinto saudade do seu cheiro, do seu toque, ficar enrolada nele, me sentia tão protegida ao seu lado. Nossa às vezes imagino que se ele pudesse falar quantas coisas ele poderia revelar a meu respeito, meu amigo inseparável de todas as horas, meu aconchego, meu pequeno grande amigo, hoje guardado, mas jamais esquecido. Minha história é incomum, acredito, mas quis contá-la porque mesmo tendo preferências por roupas e acessórios na minha infância o meu maior apego e minha louca paixão sempre foi pelo meu adorável Chulepa, um cobertor amarelo para recém nascidos que ganhei de meus avôs antes mesmo de nascer, imaginem nem havia nascido e ele já estava lá, lindo, fofinho, quentinho, pronto para embalar o meu sono por muitos e muitos anos, o primeiro cobertor, “a gente nunca esquece!”

Janaina Bibliotecomia

A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução
Walter Benjamin



As obras de arte têm um valor inigualável para a sociedade, porque mais do que o valor monetário em si, ela revela e registra características da época em que foi produzida ou reproduzida. Carrega significados implícitos ou explícitos, que também alimentam a imaginação das pessoas em suas diversas formas de manifestação: música, quadros, teatro, cinema ou produtos de bem comum.
A pintura é um dos campos das obras de arte em geral que exige o perfeccionismo nos detalhes de cada espaço mínimo da tela, e são poucas pinceladas que revelam ou escondem o olhar necessário para o despertar das idéias expostas ali.
Quantos mitos ainda existem sobre a “Monalisa” de Leonardo da Vinci, talvez se houvessem alguns esclarecimentos ao longo da história essa obra não seria devidamente uma “obra de arte”; e Da Vinci não seria tão famoso assim.
Os homens sempre tiveram a necessidade de fazer ou reproduzir o que já foi feito por outros homens, desde os primórdios ele manifesta suas vontades para que possa ser visto, e assim propositalmente ou não, ser copiado por terceiros, seja nas pinturas rupestres, seja no seu meio social.
Assim surgem as técnicas de reprodução do que se deseja copiar, que estão também em todos os tipos de manifestações artísticas: arquitetura, escultura, fotografia, cinema etc. Elas podem ser aproveitadas para bens lucrativos, ou para utilização social de fato, como diversos casos ao longo da história. Mas essas técnicas de reprodução trazem um olhar diferenciado das obras originais, pois ao se reproduzir qualquer material a sua autenticidade é ferida.
Com o avanço das tecnologias em todas as áreas do conhecimento a “reprodução” e suas “técnicas”, substituíram o verdadeiro “eu” do artista, e a pessoa que manipula esses meios ocupa o lugar de autor delas. Antigamente os grandes mestres reproduziam as produções artísticas com a intenção de disseminá-las,para que todos pudessem interagir e refletir sobre ela. Mas com o passar do tempo esse fato mudou de caminho e surgiram os “falsários”, que inventavam técnicas de reprodução a fim de extrair vantagens materiais sobre elas.
Esses falsários da Antiguidade estão presentes até hoje na sociedade, e ao longo da história causaram prejuízos aos tantos patrimônios históricos deixados por artistas em todos os campos artísticos. As boas intenções de reprodução para disseminação artística foram deixadas de lado a partir do momento em que o homem mais uma vez se torna o dono da situação. As vantagens de usar técnicas e aumentar a quantidade de uma mesma obra virou negócio na sociedade contemporânea. E esse tipo de ação se espalhou de tal forma, que não apenas as obras de arte foram atingidas, mas também todos os outros produtos da sociedade como cds, produtos de beleza, calçados, roupas e eletros eletrônicos dos mais difíceis de imaginar.
“A falsificação de tantos produtos de bem comum virou negócio para o homem do século XXI, que ganhou até linguagem própria para denominação do mercado de produtos não tão originais assim como: “pirataria”; “paraguaishan”; “do chinês”; “dublado”;” de segunda”. E fugiu do controle de tal maneira que verdadeiros centros de comercialização de produtos copiados do original foram surgindo para atender tanta demanda.
Um exemplo é a rua 25 de março no centro da cidade de São Paulo; um verdadeiro paraíso da pirataria “legal” no país. Onde são vendidos todos os produtos que se pode imaginar e também obras alteradas, movimentando um mercado com muito lucro aos falsificadores que compram deles.
Assim como a rua 25 de março muitos outros centros comerciais existem por aí, em todo lugar se tem uma barraquinha, vendendo a cópia do último dvd ou cd, que foi lançado; e já virou um lucro muito grande desenvolver técnicas de reprodução, para oferecer as pessoas o “parecido”, ou aquele “quase igual” ao original. Esse sucesso todo se deve ao fato de que não são todos que podem ter determinada obra para si, e tem raízes nas questões políticas, econômicas e sociais de cada época.
A indústria do cinema é uma das mais atingidas, pois virou atividade normal para as pessoas conseguir os filmes do mercado em qualquer esquina por aí. Nesse caso todos os direitos são feridos devido á péssima técnica de reprodução que é aplicada para copiar o filme original e as pessoas vêem tudo, menos as cenas verdadeiras em si. Recentemente houve um grande recorde de pirataria da sétima arte, com o filme Tropa de Elite do diretor José Padilha, filmado em 2007, que ganhou o título demais pirateado do cinema brasileiro. Os autores são com certeza os mais atingidos,pois nenhum artista gosta de ver sua invenção sendo desvalorizada de tal forma. Com essas técnicas muito da subjetividade do autor se perde e a sua produção acaba tendo um outro caminho e impacto ao público consumidor.
As mensagens que chegam até as pessoas são totalmente outras e dependendo de qual técnica de reprodução foi usada se perde praticamente toda qualidade e intenção de seu produtor. Também existem pessoas que desenvolvem técnicas tão bem apuradas, que conseguem passar despercebidas, mas é impossível não haver alguma ausência a partir do momento que alguma forma de reprodução é posta em prática. Em todos os campos ocorre essa situação uns com, mas sutileza, outros com menos, dependendo do material que está sendo modificado.
Também existem técnicas de reprodução que tiveram pontos positivos dependendo de sua análise, como a fotografia e o cinema; meios legais de tentar passar para as pessoas como as obras de arte estão sendo retratadas por seus autores, com a melhor intenção possível.
Nesses casos por melhores intenções que existam, jamais será possível as pessoas observadoras desfrutarem do fato real que está sendo retratado, pois o ambiente não é o mesmo e as sensações produzidas no espectador são pobres de sentidos como tato, olfato, paladar; embora trabalhem para entrar nessa “aura”. Também não entenderão qual a intenção do autor naquele momento, naquele dia.
O século XX proporcionou um avanço nas tecnologias em todas as áreas do conhecimento humano, e isso permitiu o surgimento de técnicas d reprodução tão avançadas a ponto de elas mesmas tornarem-se a obra de arte. Ou seja, a subjetividade tornou o caminho inverso e a autenticidade está no jeito e não na “obra crua” em si.
Por mais bem intencionadas, as obras vítimas de tantas técnicas, deixam um vazio as pessoas; pois hoje existe uma sociedade que não conhece o “original”, o “primeiro”. Em todos os meios e materiais consumidos há uma transformação vinda de tais técnicas. Os artistas deixaram de ter o seu valor real e as pessoas estão muito longe de conviver com o que existe de real de fato; vivemos numa sociedade alienada, vítimas conformadas das tantas técnicas de reprodução totalmente defeituosas.

Janaina Biblioteconomia

Politicamente Incorreto ( Sócrates e a contra cultura socrática)/Ken Goffman (R.U. Sirius) e Dan Joy
O autor faz uma comparação entre Sócrates e o movimento da Contracultura que trouxe aspectos um tanto quanto parecidos como as idéias desse filósofo, que morreu por incentivar o questionamento das coisas, do mundo em que vivia; alguns “pensadores” como ele surgem no decorrer da História tentando trazer o raciocínio como questão cotidiana e é claro, não conseguem exercer completamente seu ideal, seja por injustiças ou por desinteresse dos que se negam a receber esses ensinamentos.
A vida é movida por conquistas que tem de ser construídas constantemente para poder ter algum sentido, pois ela espelha os verdadeiros significados do ser humano. Sócrates, ao observar esse fato instala nos seus seguidores a curiosidade pela constante busca por respostas do mundo ao seu redor. Os questionamentos não eram apenas científicos, sobre o ambiente, mas também sobre os elementos dos indivíduos que interagiam naquele ambiente.
Hoje, as pessoas não têm esse hábito e pior, quase ninguém para despertar essas instigações sobre o por que das coisas. A sociedade não tem paciência nem de lidar com a fase dos “por quês” das crianças. São reprimidas antes mesmo de tentar desenvolver seus primeiros questionamentos sobre a vida em que está começando a se descobrir. A tentativa de fazer os adultos dar mais atenção aos pequenos questionadores, foi adaptado para um programa infantil da TV Cultura chamado Castelo-Rá-Tim-Bum, em que um menino de aproximadamente sete anos é o menor do grupo de amigos, e justamente por isso toda hora pergunta sobre o porquê das coisas, e quando obtêm respostas pergunta o porquê daquela resposta. Assim, desafia constantemente a solução que lhe é dada para sua curiosidade do momento, e quando todos encerram seu questionamento dizendo “Porque sim Zequinha!”, aparece um terceiro personagem com a resposta que ele estava atrás de fato. Talvez as idéias de questionamento de tudo estejam aí, no simples fato de não aceitar a imposição das coisas, que não atendam as expectativas do mundo de uma criança.
A humildade para exercer a função de enxergar além de seu tempo, foi um fato relevante para alguém que realmente despertava a curiosidade nas pessoas. Porque ele como um líder, que aflorou muitos pensamentos ao se negar registrar seus ideais mostra que não têm objetivos nem interesses próprios, como o de doutrinar as pessoas para junto de si, e designar ações em seu nome. O conhecimento permite essa possibilidade e quantos líderes da história já usaram de seu próprio conhecimento intelectual para tirar vantagens e explorar o próximo.
A oportunidade de conhecer os dois lados da moeda do conhecimento é muito importante, a partir da exposição de todos os fatos o indivíduo vai conseguir encontrar qual caminho seguir, pois alguma coisa lhe despertará para essa escolha; caso contrário a imposição dos objetos, das leituras, das ações, vão ser pré-apresentadas e causará influência na escolha das suas respostas. Então novos conhecimentos não serão descobertos, e haverá uma reprodução das repostas não produzindo nada de novo para a vida das pessoas.
A quantidade de conhecimento produzido e disponível atualmente da mesma maneira que oferece a possibilidade de uma grande quantidade de escolhas, também proporciona a perda no meio de tanta informação; seja pela decepção das respostas através da verdade, seja pelo fato de não encontrar ainda as respostas procuradas, mesmo depois de tantos caminhos á seguir. O equilíbrio do conhecimento também tem que ser trabalhado para haver solução na busca por respostas sobre as coisas da vida, a que Sócrates tanto insistiu que as pessoas fossem atrás.
O fato de se “ir para um lugar onde não se assassinassem pessoas por fazerem perguntas”, imortalizou esse outro lugar também, pois a escolha desse caminho é questionada até hoje sobre como será esse outro lado. A alma, e o outro lado da vida após a morte, só é cultuada em algumas religiões que tentam encontrar respostas sobre o que não conseguiram nesse plano, se as pessoas tivessem curiosidade sobre o mundo atual, talvez as coisas fossem um pouco mais diferente, e o conhecimento teria um outro sentido. Até na hora de sua morte Sócrates quis instigar as pessoas sobre a disposição das “coisas da vida”, do mundo terreno.
A construção de novos pensamentos em conjunto, propostos por ele, a incessante busca do novo apenas pelo simples e grandioso fato de encontrar a resposta para si, e em si, sem nada em troca, não foi cultivado pelos anos seguintes. A construção do pensamento em busca da verdade é um exercício para poucos.
Um exemplo disso são algumas religiões que sempre cobram algo em troca para apresentar uma solução aos males da vida. E assim geram verdadeiras indústrias paralelas do saber material, espiritual, que ilumina a vida do homem e fogem totalmente das regras e ideais de seus fundadores, que na maioria das vezes talvez fossem mais um Sócrates de seu tempo, oferecendo uma opção de reflexão pelos seus dogmas e não vendendo os caminhos que estão todos os dias na vida do homem.
Os intelectuais que adotaram e tentaram instalar o espírito instigador nas pessoas são conhecidos como da Contracultura, pois idealizaram o questionamento de todos de seu tempo, as regras apresentadas para a sociedade vigente, e conseqüentemente impostas para as pessoas que fazem parte dela. Sócrates tinha a mesma idéia, de fazer as pessoas encontrarem cada vez mais respostas através das constantes perguntas, a respeito do meio em que viviam, pois não conheciam outra realidade que não fosse aquela.
Todos esses questionamentos despertaram uma vontade em alguns grupos, ou pessoas que enxergaram um sentido para tentar fazer outros despertarem também para as coisas de seu tempo. Os livres pensadores que possuem um nível de intelecto maior, em se tratando do pensamento acadêmico questionam ou questionaram os ensinamentos medíocres da sociedade e tentaram fazer alguma coisa pelo resto do povo.
Hoje, todos de fato têm a máxima liberdade de pensar o que bem quer, e absorver para si o que escolher. Mas esses heróis da pátria surgem em épocas de total repressão de costumes e pensamentos impostos por uma elite dominadora. Levantam bandeiras de liberdade ao povo contra a opressão e etc, tudo em prol da liberdade de pensamento e escolhas autônomas. Esses pensadores livres podem ser comparados aos universitários, que estão em um espaço de reflexão e questionamento das ciências em vigor, tem como função adotá-la e inová-la em prol do surgimento de novas idéias na área em que estudam. Mas a elite intelectual do Brasil não está tão disposta a tal desafio, como a de antigamente, pois a Universidade hoje se tornou espaço de aprendizagem pra o mercado de trabalho e não de discussões para a inovação cientifica; são poucos que pensam em mudar alguma coisa. E os que querem financiar alguma coisa também, pois o incentivo e apoio á pesquisa é muito pouco por parte do governo.
O problema de defasagem na educação aparece desde o ensino infantil, pois um povo conscientizado e questionador de seu tempo, é perigoso; portanto é de interesse dos governantes que haja uma satisfação das pessoas em relação as regras vigentes de seus mandatos, nem que seja na base dos programas de auxílio como o Bolsa Família, Leve Leite e outras políticas do Pão e Circo, com funções amenizantes, que distraíam a população, enquanto os senados agem na calada do noite.
Sócrates em seu tempo chama a atenção pela sua ousadia de oferecer algo que desperte a curiosidade das coisas sobre outras coisas, e é claro começa a perturbar a dita democracia da época. Porque assim o cidadão enxerga o outro lado da sociedade. A informação é um instrumento perigoso, que destrói e constrói o mundo, e mais responsável ainda é o condutor dela.
Nesse sentido os revolucionários da Contracultura se preocuparam em oferecer e instigar os menos favorecidos á lutar por ela, pois junto viria a total liberdade de expressão e busca de ensinamentos novos, contra os ideais da época. Também há o lado de rejeição pelas próprias pessoas que não se sentem representadas pelos lutadores da liberdade, porque na maioria das vezes as pessoas que pregam todo esse acesso ao conhecimento e questões humanas, nunca passaram por nenhuma dessas privações que defendem. Isso é uma contradição com seus próprios conhecimentos e ideais.
A constante busca de Sócrates de passar suas idéias para as pessoas, a ponto dele mesmo se declarando apolítico, entrar para a aristocracia só para mostrar as pessoas que essa mesma democracia libertária era também elitista e escondia muitas coisas que não podia estar sob as vontades do povo, demonstra um idealismo muito exagerado de realmente querer ajudá-los sem nada em troca. E de um sonho, por sinal muito generoso.
Algo parecido aconteceu no governo Lula, pois nosso Presidente da República lutou anos de sua vida e implantou sentimentos de questionamento como líder sindical nos companheiros de trabalho, que o fizeram liderar grandes greves sindicais que entraram pra história do país, numa época de total repressão política. E após anos de luta se canditada aos cargos políticos ao lado de uma elite repressora, principal culpada pelas mazelas do povo, é eleito para a presidência da república, com a proposta de governar para o povo e transformar a vida dessas pessoas através da informação.
Hoje as pessoas têm total liberdade de questionar o mundo, as coisas, as crenças, o Universo, tudo ao seu redor. Todos os ideais que levaram muitos anos de luta pra ser de direito do povo, foram descartados e jogados no lixo, porque poucos têm essa consciência da eterna busca de respostas pra satisfazer suas necessidades. A geração de hoje aceita as coisas prontas e em silêncio, inclusive até a própria comida que já vêm cozida e é só esquentar pra poder comer.
Essa esquerda que gastou todas as energias em prol do desenvolvimento de liberdade do indivíduo, e até de ferramentas que promovam a possibilidade de acessar novas culturas de aprendizagem, também se perdeu, pois o público faz uso errado delas principalmente na era da internet e sites de relacionamento, já houveram casos até de crimes que ferem os direitos humanos; o questionamento e oportunidade de intercâmbio de dados não aconteceu como o sonhado.
Essa idéia e liberdade têm que ser orientada, e não imposta, pois as ferramentas disponíveis, são inventadas a partir do ser humano, com propósitos de melhoria para suas vidas. Mas não basta apenas oferecer á elas, sem dizer-lhes qual o propósito que se designa. (faço uma pausa pra mostrar como isso pode ser bom e ao mesmo tempo desastroso na vida das pessoas; quando fazia cursinho o professor contou sobre um trabalho que ele fez em uma comunidade muito pobre do nordeste brasileiro sobre educação sexual. Levou os métodos contraceptivos para instruir as pessoas e mostrar como eles são introduzidos no nosso corpo antes do ato sexual em si, como não tinha muitos recursos pegou como exemplo uma vassoura que estava atrás da porta e deu o exemplo de como se coloca um preservativo masculino. Pois o objetivo era de ensinar que existiam alternativas seguras para o sexo, a maioria das pessoas que estavam ali nunca nem tinham houvido falar em “métodos contraceptivos”. Então voltou ali alguns meses depois para avaliar o resultado, e seu expanto foi maior ainda quando uma senhora que tinha assistido essa palestra chegou até ele e disse que tinha sido enganada , por ele pois ela tinha colocado o preservativo num cabo de vassoura como ele tinha feito antes da relação sexual e tinha engravidado do mesmo jeito!). Ou seja, essa liberdade todo também tem um preço que pode sim ser controlado pelo homem, através do poder da palavra.
A plena liberdade em todos os campos da sociedade, ao invés de questionar levou os jovens a se distanciar de sua própria cultura, a adaptar hábitos e ouvir músicas incompreensíveis, que são impostos por uma indústria da mídia que detêm todos os meios de comunicação, comerciais com o interesse do lucro, ao instaurar o desejo de consumo por uma coisa nova, de outro lugar, não do seu. E as pessoas estão cada vez mais acreditando nisso e criando uma cultura de consumidora e não produtora de novos conhecimentos. O que se é mais escutado no Brasil, por exemplo, Jackson do Pandeiro ou a estrela Lady Gaga?
Sócrates jamais imaginaria que suas propostas poderiam chegar até esses pontos citados acima. O seu ideal de perguntas e mais perguntas para se chegar as próprias satisfações, tem como conseqüência o instrumento mais valioso do ser humano, que é a informação, através dela pode-se transformar o mundo, pro bem ou pro mal. A responsabilidade e o desafio do profissional da informação é justamente essa, apresentar as pessoas menos favorecidas a informação para elas mesmas tirarem suas conclusões e desenvolver suas perguntas a respeito do meio em que vivem; e orientar da melhor forma possível aos instruídos, para haver um aproveitamento produtivo das mesmas, tudo com a devida ética que lhe é designada.

Janaina Biblioteconomia

Texto: Da cultura das mídias á cibercultura: o advento do pós-humano/Lúcia Santaella
A sociedade constantemente passa por transformações em todas as suas camadas, com a ascensão da tecnologia em prol delas, um setor que foi modificado com grande intensidade é o das comunicações. Como que as mídias, principal instrumento da sociabilidade tem impactado nas camadas sociais, e como resolver todos os outros questionamentos que vêm á tona, para a implementação e bom resultado desse novo instrumento.
Em cada período histórico, a cultura fica sob o domínio da técnica ou da tecnologia vigente, no âmbito da comunicação, pois a comunicação é construída á partir dos componentes dessa sociedade. Quando se utiliza as mídias para haver essa comunicação, as ações humanas se misturam as ações das máquinas.
Os diversos tipos de suportes que elas permitem abordar têm a grande importância da comunicação em redes. Essas redes permitem que um grande número de pessoas possa desfrutar do que está sendo veiculado. Nesse sentido há de se refletir sobre dois pontos distintos; entre a informação: como manuseá-la de maneira confiável e a responsabilidade de quem está por trás desses instrumentos que fazem essas mídias entrarem em ação.
A informação é a chave da sociedade do conhecimento, pois é através dela que se encontra a grande palavra de: construção, motivação, alienação ou subversão. Quem detém o monopólio da informação, também detém poder. As mídias que circulam têm um significado essencial, pois é nelas que está abarcado tudo que será disponibilizado.
Os mecanismos de distribuição são de responsabilidade de muitos profissionais da informação e um deles é o bibliotecário; pois é ele quem trata do registro, disseminação e recuperação da informação. E a tecnologia já parte do universo das bibliotecas, que já estão lidando com diversos tipos de suportes informacionais dentre eles as mídias.
Saber construí-las de maneira que faça bem para todos e que a informação seja útil é uma tarefa de ética, para sociedade do conhecimento composta por pessoas. Portanto a conscientização de que são seres humanos, que utilizarão elas para consulta de diversas naturezas tem que estar sempre em mente. Pois se deve considerar as questões sociais como: grau de escolaridade, linguagem trabalhada de forma coloquial, culta, políticas públicas de implantação que permitam pontos de acesso á essas mídias; público alvo.
Os meios de comunicação sempre estiveram presentes nas transformações culturais, e com o advento das mídias novos instrumentos são implementados, como exemplo, os signos que refletem o tipo de pensamento de determinada cultura. Na cultura digital, diversos signos são expostos para interpretação das informações, e o grande responsável em construí-los é quem está por trás de tudo: tanto das mídias, quanto dos signos.
Nessa disseminação toda existe os ambientes sócio-culturais que podem funcionar tanto como inclusão como exclusão. Esse compartilhamento todo de informação pode acontecer de maneira positiva, quando há uma educação correta dessas ferramentas. Isso tem que partir dos setores educacionais, e um deles é a biblioteca, o bibliotecário deve ser instruído para saber lidar com essa situação, pois do mesmo jeito que essa “educação digital” tem de ser implantada, as pessoas não devem enxergar isso como uma imposição.
Do outro lado se tem a exclusão digital, que ainda é um problema corrente na sociedade, por mais bens que a comunicação em redes possa trazer. As políticas governamentais têm papel fundamental nesse processo, pois parte dela o dinheiro e iniciativa pública, que viabiliza a compra das ferramentas com as mídias (que são as convencionais como televisão, rádio) disponíveis á esse acesso.
Há de se fazer reflexões profundas sobre esses dois aspectos, pois as pessoas conscientes desse impasse têm, uma responsabilidade enorme com a população. E pequenas ações de voluntarianismo podem fazer a diferença num país com tanta desigualdade social. As pessoas são acostumadas á receber a educação que lhes é passada, e também as informações que lhes é passada. As mídias que fornecem os meios para ela chegar até os receptores são manipuladas em prol de muitos interesses políticos e econômicos, então, por mais apoios governamentais que exista sempre vai ter alguma questão incompatível.
Essa educação em relação ás telecomunicações e como ter a implantação dessas mídias de maneira positiva, deve ser muito bem pensada, pois atualmente a circulação da informação depende quase que exclusivamente delas. E devemos criar uma cultura de pessoas conscientes dos manuseios dessas mídias e não apenas consumidoras delas.
Quando se fala nas mídias um aspecto muito presente em todas elas é o estético. Como existe todo um fetiche por trás delas, e mais uma vez há o impasse de pontos positivos e negativos. De um lado todos os artifícios que chamam atenção para o seu uso, têm impacto na sociedade atual, que sempre necessita do novo. Sendo assim, um maior número de pessoas fará cada vez mais uso dela, para consultar a informação, que será disseminada em grande velocidade.
Do outro lado, esses mesmos artifícios, também incentivam á um consumismo desnecessário, que descartam de forma banal as mídias tidas como convencionais, sem nem mesmo terem sido exploradas até o seu desgaste total. As pessoas se prendem mais no estético e esquecem do conteúdo que elas carregam, que é de fato o que mais importa.
No âmbito da biblioteconomia, todas essas ações que envolvem essa disseminação da informação devem ser muito bem reconsideradas. Pois a biblioteca é o lugar onde há o encontro das informações, independentemente de seus tipos de suportes. Seus usuários têm que estar mais do que “servidos”, tem que estar bem orientados. E há sempre que pensar que não são apenas usuários, mas construí dores de histórias, e essas fontes de informação disponíveis tem fator decisivo na história de cada um.
A sociedade contemporânea passa por um momento em que a tecnologia e os seres humanos tornam-se coisas complexas, pois negar todas essas mídias de informação é uma recusa de pensamento. Para haver uma convicção feliz de todos os aspectos discutidos, não se deve condenar nenhum dos lados: nem das mídias, nem do ser humano; mas uma profunda reflexão pensando realmente para onde caminharemos e como nossas ações são responsáveis por isso.

Janaina Biblioteconomia

Texto: Comida e Antropologia/Sidney W.Mintz

O Artigo apresenta as várias visões de se avaliar o “ato de comer” e suas conseqüências para a sociedade, como a comida e todos os alimentos consumidos pelas diversas populações influenciam no seu cotidiano social, educacional e econômico. Cada tempo e cada povo utilizam e refletem seus hábitos alimentares de maneiras extremamente particulares, mas com influências notáveis também. E elas, não são coincidências de nosso tempo, têm razões históricas para existir.
Pensando na necessidade de se alimentar diariamente para o bom funcionamento do organismo do ser humano, as comidas em circulação oferecem um grande leque de variedades, a escolha fica a critério do próprio consumidor, e é esse individuo que ilustra o quadro dos hábitos alimentares das populações.
Muitos fatores são relevantes quando se falam em alimentos, comidas variadas, principalmente os culturais, pois eles influenciam diretamente nos “pratos” das pessoas. O Mundo Contemporâneo trouxe consigo grandes avanços mas também retrocessos cruéis para o ser humano, um desses se faz presente no modo de vida das pessoas , seus hábitos de lazer, trabalho e é claro os alimentares.
Hoje, a população mundial come de uma maneira inadequada para o bom funcionamento do corpo, muitas ilusões estão escondidas atrás de embalagens alimentícias que prometem longevidade e boa nutrição ao organismo. Quando o que se consome é justamente o sabor artificial, ao invés do consumo no tempo adequado de aproveitamento dos alimentos.
No Brasil, essa questão não é diferente e todos sofrem com essa realidade, as crianças estão sendo cada vez mais atingidas, pois a cada quatro crianças no Brasil uma está acima do peso devido aos maus hábitos alimentares. E os responsáveis por esses resultados são muitos, desde os próprios pais até as propagandas enganosas impostas pelo sistema.
As crianças mudaram radicalmente seus hábitos comportamentais nos últimos anos, não correm mais nas ruas, não soltam pipa, nem brincam de balança no parque, preferem os artifícios de lazer oferecidos pelas novas tecnologias que aparecem devido o avanço ocorrido em todas as áreas do conhecimento humano. E junto com ela vem a imobilidade do corpo, o sedentarismo profundo, pois tudo já vem pronto, a energia que se gastava para a construção do seu divertimento ou necessidade particular foi abolida. Até as festas de aniversário foram substituídas pelos buffetes prontos, onde se escolhe o espaço, os enfeites, e o bolo que não é o caseiro feito pela mamãe ou vovó que sabe disfarçar o gosto meio desagradável de alguns ingredientes saudáveis para a nossa boa nutrição.
Nas escolas particulares o número de crianças obesas é maior do que nas escolas públicas, contradição difícil de aceitar pois supostamente a condição social deveria oferecer boa qualidade na área da saúde das crianças, por poderem escolher o melhor alimento a ser ingerido. Mas também as crianças da educação pública apresentam um quadro de não obesos que podem ter ou não uma boa nutrição dependendo do caso.
Uma das tantas bandeiras levantadas na última eleição nos EUA para presidente, foi uma forte campanha liderada pela primeira dama, Michele Obama de trocar os hábitos alimentares nas escolas públicas para tentar diminuir o número de crianças obesas do país. Em compensação os fast-foods estão por toda parte e fazem os americanos ocuparem o posto de mais obesos do mundo.
Mudar os hábitos alimentares não se faz facilmente mas quando se trata das crianças ainda é mais fácil, pois ela é um indivíduo em formação e sempre vai se espelhar em alguém. Os pais têm decisão fundamental nesse processo porque são o principal espelho a ser seguido.O tempo de se alimentar e não de “lanchar” com seu filho faz toda a diferença . O adulto não deve oferecer comidas prontas que parecem trazer felicidade ao paladar da criança , mas ensinar-lhes o valor de comer, coisas que farão bem para sua saúde, e isso tem que fazer parte de uma rotina.
A família do século XXI é apressada, não tem tempo para sentar-se á mesa na hora do almoço ou jantar, mas sim comer um bom prato de fast-food pedido pelo telefone com muitos condimentos e uma boa porção de fritas acompanhadas de um refrigerante extra, ou light para alguns. Em volta dessa esfera crescem as crianças que são os futuros adolescentes obesos de amanhã.
Os hábitos das crianças se não mudados ou acostumados desde a infância , dificilmente serão mudados na juventude. A fase da adolescência também é atingida pelo aumento de peso dos adolescentes, hoje eles têm a cultura de se encontrar para comer uma pizza, tomar um choop ou ir ao cinema e se empanturrar de pipocas extremamente gordurosas com refrigerantes. Ninguém se convida para caminhar em um parque ou “ir á pé e na volta de ônibus”, os encontros sempre levam ao consumo de comidas.
Assim, conseqüentemente forma-se um círculo onde as crianças iniciam suas vidas comendo mal, crescem, viram adolescentes obesos sem um modelo estético a seguir, tornando a regressão de peso cada vez mais difícil e viram adultos com diversos problemas de saúde, o maior de todos eles é o cardiovascular, que vêm aumentando cada vez mais na população mundial. E causando um aumento também no orçamento do setor de saúde.
As exigências do mundo contemporâneo são muitas, e a alimentação é deixada de lado, pois não é considerada tão importante quanto os outros compromissos cotidianos; já é tradição “comer qualquer coisa’’ ao invés de uma pequena pausa para realmente degustar o almoço ou jantar”. O cérebro humano demora 20 minutos para processar o alimento ingerido e mandar o impulso de satisfação para o corpo. Ou seja as refeições tem se ser feitas devagar, mastigadas com cautela para o alimento ser realmente aproveitado pelo organismo. Porém são poucas as pessoas que respeitam essa receita, e assim, coisas que agridem o corpo são consumidas diariamente, pois o imediatismo dos
compromissos da sociedade não deixam espaço para nada, muito menos para pensar em alimentação saudável.
Esses alimentos são ingeridos diariamente e carregam doses extremas de açúcares, conservantes, corantes artificiais e gorduras que afetam a saúde e ficam dentro das células humanas pra sempre. È muito difícil reverter esse processo e retirar todo esse “lixo” do organismo,vence quem se conscientiza desse mal e tenta mudar a situação.A algum tempo entrou em vigor uma lei que obriga as embalagens dos alimentos a informar ao consumidor se tem ou não gordura trans na sua composição. Pois esse tipo de gordura não é diluído pelo organismo e fica nas células pra sempre. Mas e os outros tipos de gorduras e ingredientes ingeridos em excesso? Não fazem tão mal quanto?
A comida está ligada em todos os momentos da vida principalmente numa sociedade que comemora tudo “comendo alguma coisa”, se combate a ansiedade ingerindo um doce preferido, ou se alivia os sintomas da TPM comendo uma barra de chocolate.Os agentes externos também são colaboradores de uma dieta exagerada imposta todos os dias para as pessoas.De um lado a ditadura de ser magro, não ingerir calorias para seguir um padrão estético imposto de um lado da sociedade, e de outro, consumir os produtos alimentícios impostos também por outro lado da sociedade, ambos os problemas causados pela comida, seu excesso ou falta dela.
Anorexia e Obesidade caminham juntas e se tornam problemas de mesma importância para as pessoas, até quando as pessoas se perderão nesse impasse e até quando o corpo humano estará disposto em reparar às tantas agressões causadas pela ingestão, digestão ou congestão dos alimentos poderosos do século XXI? Quem sobreviver, certamente terá a resposta.
Com tantas mudanças vale a pena pensar no que se come, e não seguir um mercado alimentício que faz parte de um sistema que automaticamente vai consumindo e criando uma cultura que supera a dos antepassados, pessoas vigorosas que sabiam que o leite não vem da caixinha comprada no supermercado. A educação alimentar realmente é uma questão cultural; e com tantos caminhos, o ato de comer que é indispensável ao homem se torna também uma questão de ideologia.
Uma das tantas contradições quando se fala em comida é o estético, mas não a maneira de nutrir bem o corpo e sim seguir a imagem de magreza extrema , que é imposta pelo mercado. A partir daí, tudo gira em torno do quê se come para entrar nesse padrão, e as pessoas optam pela falta de calorias necessárias para o bom funcionamento do organismo. De um lado pessoas passam fome diariamente e até morrem devido à falta de comida e a condição de miséria e pobreza extrema que vivem; de outro, pessoas que sempre tiveram condições de se alimentar corretamente, por escolha passam fome também por um ideal a ser seguido.
A comida é um instrumento de poder para as pessoas, pois atrás do simples ato de comer, questões muito além da compreensão humana podem aparecer, cada pessoa reflete seus hábitos e com a comida não é diferente, pois “você é o que você come”. Sendo assim, muitos problemas, dilemas, tendências e novos hábitos ainda surgirão, para atormentar o homem, porque a comida sempre estará presente na vida de todos.

domingo, 21 de novembro de 2010

FILME: A cidade perdida (postado por Roberta Barganian - 3° biblio)

Este filme se passa em Havana, na década de 50. Muito bom! Dá para ter uma idéia do que foi o período conturbado da Revolução Cubana, quando o opressivo governo de Batista vai para as mãos de Fidel Castro. Só de assistir esta reprodução dá muita revolta, imaginem viver manipulado o tempo todo por um governante ditador. Não dá para acreditar como existem pessoas alienadas, seguidores de ditadores que com seus ideais em nada acrescentam ao bem coletivo, apenas satisfazem o seu ego muitas vezes doentio. Com práticas desumanas, preconceituosas e racistas, destruiu uma família de posses, conservadora e que tinham orgulho do país em que viviam, enfim, retirou-lhes até o direito de permanecer no próprio país, pois os que não foram mortos deixaram o país.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

FRASE SOBRE CULTURA. (postado por Roberta Barganian- 3° biblio)

Encontrei esta frase em um livro muito antigo que foi doado a Biblioteca de Garça, não tem ano de publicação e o autor do livro não é o autor da frase, não consigo encontrar quem escreveu, mas tenho certeza que ela retrata em poucas palavras todos os textos lidos e comentados em sala de aula.

A arte é o poder que o engenho humano permite exercer sobre a natureza e determina o estado de cultura de cada grupo social. Por maior que seja sua independência, o homem não pode se libertar do meio e da tradição.

FILME: No Tempo das Borboletas (postado por Roberta Barganian- 3° biblio)

Quem gosta de assistir filmes sobre Ditadura, assista este filme sobre o Ditador Rafael Trujillo que governou a República Dominicana como bem quis no período de 1939 a 1961 ano que foi assassinado. O filme retrata o que conversamos em sala de aula, a família Miralba idolatrava o ditador que possuia até um retrato na parede da sala, a partir do momento que as coisas sairam do controle do Ditador, a família começa a sofrer com sua ira. Até hoje as irmãs Miralba são lembradas pela bravura em participar do movimento anti Trujillo, a data 25 de novembro é considerada O Dia Internacional Contra a Violência as Mulheres, data que foram assassinadas brutalmente a mando do ditador no ano de 1961 após seis o mesmo seria assassinado.

domingo, 14 de novembro de 2010

Comida e Antropologia - Uma breve revisão

DOCENTE: MARIA JOSÉ

DISCENTE: ALINE ROBERTA SCOLA

2º BIBLIOTECONOMIA

RESENHA

COMIDA E ANTROPOLOGIA - Uma breve revisão

Sidney W. Mintz

O artigo COMIDA E ANTROPOLOGIA – Uma breve revisão, elaborado por Sidney W. Mintz foi publicado pela Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol. 16 nº 47, em Outubro 2001 – São Paulo.

O autor MINTZ, é professor pesquisador de Antropologia da Universidade de Johns Hopkins – Boston (EUA), autor de vários livros incluindo Caribbean Transformations, Sweetness and Power e muito mais.

O presente trabalho demonstra a atração que depositamos em um estranho, ao observarmos a maneira como este come: o quê, onde, como e com que freqüência se alimenta. Vem retratar como a comida revela o comportamento das sociedades e a identidade social de cada ser humano.

São tratadas tendências na pesquisa antropológica sobre a comida, o sistema mundial de alimentos, alimentos etnicamente neutralizados. E muitos outros fatores onde a comida se faz presente, onde ela influência em mudanças que já ocorrerão ou estão ocorrendo como foi o caso da “... invasão da Ásia pela fast food norte-americana... (Watson, 1997) e “a rápida difusão de restaurantes familiares asiáticos nos Estados Unidos (Mintz, s/d).

O autor evidência em um dos trechos escrito por ele “Dificilmente outro comportamento atrai tão rapidamente a atenção de um estranho como a maneira que se come: o quê, onde, como e com que freqüência comemos, e como nos sentimos em relação à comida”. (MINTZ, p.31) Me chama a atenção nesta frase o “COMO” utilizado por MINTZ, e me fez lembrar os almoços vividos em família nos Domingos em minha casa. Assim recordo a polenta com frango caipira, preparada pela minha avó, e como que ao sentar-me para almoçar, acabava depositando mais atenção em “COMO” os meus tios (as), primo (as), pais, avós, todos que ali estavam comiam, do que, na própria comida que estava comendo.

Aquela situação chamava-me atenção, porque aquela reunião em família se tornava uma festa para nós, todos eram quem realmente eram não tinham vergonha de mostrar como eram, e o comer não era diferente, comiam da maneira mais simples. Era tanto amarelo alaranjado lambuzado nos dedos das mãos, pois comiam com as mãos o frango caipira, e para limpar os dedos lambiam as pontas destes, assim os lábios também ficavam todos lambuzados com a cor, e cada vez comiam com mais vontade, pois a comida parecia ficar mais saborosa, por assim ser comida.

Após observá-los, eu iniciava a comer da mesma forma deles, pois era o costume de minha família assim comer polenta com frango caipira, e esse hábito se repete entre nós até os dias de hoje.

Compreendo o que o autor quis retratar na frase escrita, pois fez perceber o quanto realmente depositamos a atenção aos hábitos alimentares das pessoas, sem nem nos darmos conta.

MINTZ também relata “Reagimos aos hábitos alimentares de outras pessoas, quem quer que sejam elas, da mesma forma que elas reagem aos nossos”. (MINTZ, p.31)

É complicado generalizar a reação das pessoas com a reação particular de cada observador em questão. Cada ser humano tem um hábito, sistema de vida, personalidade, estilo, renda, que é diferente de um para o outro, e esses são fatores que juntos formam o ser humano em uma pessoa diferenciada e única sem contar com sua personalidade. Assim cada um tem uma reação diferente dos outros.

O que para um pode ser um choque fora de sua cultura gastronômica, para outro pode ser um descobrimento ao qual se familiariza. Ou seja, a preparação que o alimento sofre, o tempero que é utilizado, a tradição da comida o sentimentalismo que esta por trás de tudo, a forma, jeito, o quê, onde, como e com que freqüência se é comido. Para um pode ser uma mera bobagem quanto que para outro pode ser de extrema importância e até lhe desperte familiaridade, levando assim para dentro de seus hábitos. Portanto não há como generalizar algo que tem por si muitas diferenças entrelaçadas em cada gosto.

Nossas atitudes em relação à comida são normalmente aprendidas cedo e bem... Devemos comer todos os dias, durante toda nossa vida...” (MINTZ, p.31)

Mas como comer a comida se não a temos, devido à falta de comida ou a quase falta dela dentro de nossas casas vamos voluntaria ou involuntariamente na busca por ela, assim chegamos a grandes centros de vendas: empórios, feiras e grandes redes de supermercados na qual abriga dentro de si variedades alimentícias. Encontramos uma gama de produtos, de orgânicos a industrializados, nacionais a importados, uma grande variedade de preços, que se encaixa ou que deveria se encaixar nas diversas classes sociais dos países.

O ser humano passa a sua vida inteira trabalhando para manter suas necessidades, as quais se incluem: saúde, higienização, vestimentas e a tão inevitável alimentação. Assim lutamos na busca por nos alimentarmos bem ou mal todos os dias de nossas vidas, sendo uma questão de sobrevivência.

Comida algo realmente necessário com o poder transformador em nossas vidas, sociedades e cultura.

RESENHA FOTOGRAFIA E HISTÓRIA - Aline Scola - 2º Biblioteconomia

DOCENTE: MARIA JOSÉ

DISCENTE: ALINE ROBERTA SCOLA

2º BIBLIOTECONOMIA

RESENHA

FOTOGRAFIA E HISTÓRIA

ANA MARIA MAUAD

O presente artigo Fotografia e História vêm retratar a chegada da fotografia no XIX, com uso de técnicas como a litogravura.

Ana Maria Mauad doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense é Coordenadora do curso de Graduação em História, professora do Departamento de História, do Programa de Pós-Graduação em História e pesquisadora do Laboratório de História Oral e Imagem da UFF, também é autora do livro "Poses e Flagrantes: ensaios sobre História e fotografias".

A autora trás o inicio da descoberta da fotografia pelo inventor francês Joseph Nicéphore Niépce responsável por uma das primeiras fotografias, Niépce começou seus experimentos fotográficos em 1973 e em 1984 conseguiu imagens que demoravam a desaparecer, o primeiro exemplo de imagem permanente ainda existente foi tirada em 1826, processo chamado de heliografia. Niépce nasceu em sete de março de 1765 e faleceu em cinco de julho de 1833 deixando sua obra nas responsabilidades de Daguerre.

Louis Jacques Mandé Daguerre foi o inventor que deu continuidade nas invenções de Niépce, ele foi o primeiro a conseguir uma imagem fixa pela ação direta da luz, tendo assim o daguerreótipo em 1835. Daguerre nasceu em 18 de novembro de 1787 e faleceu em 10 de julho 1851.

Os dois inventores fizeram suas pesquisas sobre o mesmo objeto de trabalho a imagem, porém buscavam respostas diferentes, como a autora aborda em seu artigo “... dois nomes que se ligaram por interesses comuns, mas com objetivos diversos.... Enquanto o primeiro preocupava-se com os meios técnicos de fixar a imagem num suporte concreto... o segundo queria o controle que a ilusão da imagem poderia oferecer, em termos de entretenimento...”

A autora também ressalta a importância que a fotografia trouxe para a época do século XIX, o caráter de prova que acompanhava a fotografia “O caráter de prova irrefutável do que realmente aconteceu atribuído à imagem fotográfica pelo pensamento da época.” O uso da fotografia como estado de prova, esta aplicado até os dias atuais, sendo assim muito utilizada como meio de prova dentro do direito, o Direito não poderia ficar de fora e assim o sistema jurídico põe em uso essa ferramenta, nesse contexto, insere-se o Código de Processo Civil (CPC), de 11 de Janeiro de 1973. O uso da fotografia como meio de prova, que exige seja acompanhada do respectivo negativo (art. 385, § 1º, CPC: “Quando se tratar de fotografia, esta terá de ser acompanhada do respectivo negativo”).

Porém a autora faz uma contraposição da idéia que está impressa na fotografia seja uma idéia fiel do mundo real, “A idéia de que, o que está impresso na fotografia é a realidade pura e simples, já foi criticada por diferentes campos do conhecimento.”

A fotografia se faz presente em nosso dia a dia, ela é a captura de nossos acontecimentos, a fotografia se faz como memória daquilo eu esta em nossa volta, daquilo que queremos guardar, conhecimento e vivência da realidade que se pretende retratar.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

"Politicamente incorreto: Sócrates e a contracultura socrática"

De acordo com Sirius (2007) e muitos outros autores, Sócrates, filósofo ateniense do século V a. C., acreditava que as condições humanas mereciam momentos de reflexão, de contestação, momentos esses que o caracterizou como sendo “[...] um cara esquisito, um personagem urbano, um famoso excêntrico, admirado por alguns, mas uma figura engraçada para as massas.” (SIRIUS, 2007, p. 68), tudo isso graças, provavelmente, ao seu comportamento social incomum para o período.

Talvez por ter vivido em uma cidade-estado grega que tinha como sistema a democracia, onde “[...] Os cidadãos normalmente podiam falar livremente.” (SIRIUS, 2007, p. 69), Sócrates não sofreu repressão, pelo menos no início, em seus questionamentos da condição humana. O filósofo buscava a excelência, não a mesma que a aristocracia grega – o belo e o bom -, mas a excelência da vida mental (SIRIUS, 2007).

Em resumo, a filosofia socrática, estava envolvida, basicamente, no ato de pensar, de se autocompreender: “[...] Sócrates ensinou os gregos a pensar e a pensar sobre o pensamento.” (SIRIUS, 2007, p. 72), para ele isso levaria a verdade absoluta, ao conhecimento: “[...] Seremos melhores, mais valentes e menos desamparados se pensarmos que devemos questionar do que seríamos se aceitássemos a vã ilusão de que não há conhecimento e nenhum valor em tentar conhecer.” (Sócrates, por intermédio de Platão, citado por SIRIUS, 2007, p. 73).

A filosofia de Sócrates, de certa forma, pode ser considerada uma contracultura, pois, assim como declara Sirius (2007, p.77) “[...] a contracultura implica um assalto em oposição à suposta cultura popular do povo.”, Sócrates acreditava que a o indivíduo deveria questionar sua situação como cidadão, que nem tudo que lhe era imposto era o certo.

É com essa perspectiva de questionar, e por ter formado uma contracultura, que o filósofo é levado a julgamento, com a desculpa de “[...] corromper os jovens com heresias filosóficas que produziam um perigoso comportamento anti-social.” (SIRIUS, 2007, p. 80), e é condenado à morte por simplesmente pensar.

Bibliografia:
SIRIUS, R. U. Politicamente incorreto: Sócrates e a contracultura socrática. In:_______; JOY, D. Contracultura através dos tempos: do mito de Prometeu à cultura digital. Rio de Janeiro: Ediouro, 2007. p. 67-83.


Por: Flávia M. Maciel
2o. ano de Biblioteconomia
Faculdade de Filosofia e Ciências - UNESP, Marília