sábado, 2 de outubro de 2010

História da comida

Só agora me lembrei que falta eu postar as minhas redações sobre comida e roupa. Hoje só irei postar a de comida, já que a da roupa não esta comigo neste instante. Aqui está a minha redação.

Minha família nunca foi rica, nem nada parecido. Por meus pais trabalharem no ramo de corretores de imóveis, e nesse ramo ter certeza de dinheiro no mês seguinte sempre foi algo incerto para nós. Ainda sim, por minha mãe vir de família italiana e meu pai de família portuguesa eles nunca admitiam que comida fosse algo secundário em nossas vidas.

Lembro-me de quando era criança, de minha mãe fazendo sopa quando não tínhamos muita mistura e, para que a sopa sustentasse, ela comprava alguns pães e fazia ovo pra quem pedia.

Meus pais sempre exigiam que comêssemos a mesa já que essa era a “hora da família” e me lembro de brincadeiras que fazíamos a mesa, como por exemplo de quando eu era bem pequena e meu pai pedia para que eu me sentasse reta na cadeira para que ele pudesse medir o quanto meu queixo estava acima da mesa, ai era coisa de “nossa, você esta 3 dedos acima da mesa” , “quatro dedos”, e assim por diante. Era algo que me divertia muito! E fiquei muito orgulhosa quando finalmente alcancei uma palma inteira aberta.

Minha mãe nunca brigou comigo quando não queria mais comer, ela tinha uma didática muito mais pratica e eficaz do que ficar brigando. Era algo muito simples, eu falava que não queria mais comer e ela me deixava sair da mesa, quando reclamava de fome ela ia até o forno e pegava o restinho da comida que eu havia rejeitado. Ou eu comia aquilo, ou não comia nada. Óbvio que eu sempre comia. Aos meus 8 anos aprendi uma tática para “burlar” essa didática da minha mãe. Nós morávamos no 15º andar de um prédio no bairro da Saúde em São Paulo, então eu jogava toda a comida que eu não queria mais pela janela da área de serviço. É óbvio que isso não funcionou por muito tempo já que minha mãe acabou vendo toda a comida no quintal do vizinho que morava no térreo.

Moral da historia, meus pais me deram um belo puxão de orelha falando que meu pai ficava sem comer às vezes para me dar o que comer. A partir daquele dia eu percebi que meus pais passavam fome se preciso para me dar o que comer. Aprendi a respeitar e acima de tudo a valorizar os esforços deles para trazerem comida para nós.

Moyra Guglielmo Muniz - 2º ano Biblioteconomia

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