domingo, 14 de novembro de 2010

Comida e Antropologia - Uma breve revisão

DOCENTE: MARIA JOSÉ

DISCENTE: ALINE ROBERTA SCOLA

2º BIBLIOTECONOMIA

RESENHA

COMIDA E ANTROPOLOGIA - Uma breve revisão

Sidney W. Mintz

O artigo COMIDA E ANTROPOLOGIA – Uma breve revisão, elaborado por Sidney W. Mintz foi publicado pela Revista Brasileira de Ciências Sociais, Vol. 16 nº 47, em Outubro 2001 – São Paulo.

O autor MINTZ, é professor pesquisador de Antropologia da Universidade de Johns Hopkins – Boston (EUA), autor de vários livros incluindo Caribbean Transformations, Sweetness and Power e muito mais.

O presente trabalho demonstra a atração que depositamos em um estranho, ao observarmos a maneira como este come: o quê, onde, como e com que freqüência se alimenta. Vem retratar como a comida revela o comportamento das sociedades e a identidade social de cada ser humano.

São tratadas tendências na pesquisa antropológica sobre a comida, o sistema mundial de alimentos, alimentos etnicamente neutralizados. E muitos outros fatores onde a comida se faz presente, onde ela influência em mudanças que já ocorrerão ou estão ocorrendo como foi o caso da “... invasão da Ásia pela fast food norte-americana... (Watson, 1997) e “a rápida difusão de restaurantes familiares asiáticos nos Estados Unidos (Mintz, s/d).

O autor evidência em um dos trechos escrito por ele “Dificilmente outro comportamento atrai tão rapidamente a atenção de um estranho como a maneira que se come: o quê, onde, como e com que freqüência comemos, e como nos sentimos em relação à comida”. (MINTZ, p.31) Me chama a atenção nesta frase o “COMO” utilizado por MINTZ, e me fez lembrar os almoços vividos em família nos Domingos em minha casa. Assim recordo a polenta com frango caipira, preparada pela minha avó, e como que ao sentar-me para almoçar, acabava depositando mais atenção em “COMO” os meus tios (as), primo (as), pais, avós, todos que ali estavam comiam, do que, na própria comida que estava comendo.

Aquela situação chamava-me atenção, porque aquela reunião em família se tornava uma festa para nós, todos eram quem realmente eram não tinham vergonha de mostrar como eram, e o comer não era diferente, comiam da maneira mais simples. Era tanto amarelo alaranjado lambuzado nos dedos das mãos, pois comiam com as mãos o frango caipira, e para limpar os dedos lambiam as pontas destes, assim os lábios também ficavam todos lambuzados com a cor, e cada vez comiam com mais vontade, pois a comida parecia ficar mais saborosa, por assim ser comida.

Após observá-los, eu iniciava a comer da mesma forma deles, pois era o costume de minha família assim comer polenta com frango caipira, e esse hábito se repete entre nós até os dias de hoje.

Compreendo o que o autor quis retratar na frase escrita, pois fez perceber o quanto realmente depositamos a atenção aos hábitos alimentares das pessoas, sem nem nos darmos conta.

MINTZ também relata “Reagimos aos hábitos alimentares de outras pessoas, quem quer que sejam elas, da mesma forma que elas reagem aos nossos”. (MINTZ, p.31)

É complicado generalizar a reação das pessoas com a reação particular de cada observador em questão. Cada ser humano tem um hábito, sistema de vida, personalidade, estilo, renda, que é diferente de um para o outro, e esses são fatores que juntos formam o ser humano em uma pessoa diferenciada e única sem contar com sua personalidade. Assim cada um tem uma reação diferente dos outros.

O que para um pode ser um choque fora de sua cultura gastronômica, para outro pode ser um descobrimento ao qual se familiariza. Ou seja, a preparação que o alimento sofre, o tempero que é utilizado, a tradição da comida o sentimentalismo que esta por trás de tudo, a forma, jeito, o quê, onde, como e com que freqüência se é comido. Para um pode ser uma mera bobagem quanto que para outro pode ser de extrema importância e até lhe desperte familiaridade, levando assim para dentro de seus hábitos. Portanto não há como generalizar algo que tem por si muitas diferenças entrelaçadas em cada gosto.

Nossas atitudes em relação à comida são normalmente aprendidas cedo e bem... Devemos comer todos os dias, durante toda nossa vida...” (MINTZ, p.31)

Mas como comer a comida se não a temos, devido à falta de comida ou a quase falta dela dentro de nossas casas vamos voluntaria ou involuntariamente na busca por ela, assim chegamos a grandes centros de vendas: empórios, feiras e grandes redes de supermercados na qual abriga dentro de si variedades alimentícias. Encontramos uma gama de produtos, de orgânicos a industrializados, nacionais a importados, uma grande variedade de preços, que se encaixa ou que deveria se encaixar nas diversas classes sociais dos países.

O ser humano passa a sua vida inteira trabalhando para manter suas necessidades, as quais se incluem: saúde, higienização, vestimentas e a tão inevitável alimentação. Assim lutamos na busca por nos alimentarmos bem ou mal todos os dias de nossas vidas, sendo uma questão de sobrevivência.

Comida algo realmente necessário com o poder transformador em nossas vidas, sociedades e cultura.

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