segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Janaina Biblioteconomia

Texto: Da cultura das mídias á cibercultura: o advento do pós-humano/Lúcia Santaella
A sociedade constantemente passa por transformações em todas as suas camadas, com a ascensão da tecnologia em prol delas, um setor que foi modificado com grande intensidade é o das comunicações. Como que as mídias, principal instrumento da sociabilidade tem impactado nas camadas sociais, e como resolver todos os outros questionamentos que vêm á tona, para a implementação e bom resultado desse novo instrumento.
Em cada período histórico, a cultura fica sob o domínio da técnica ou da tecnologia vigente, no âmbito da comunicação, pois a comunicação é construída á partir dos componentes dessa sociedade. Quando se utiliza as mídias para haver essa comunicação, as ações humanas se misturam as ações das máquinas.
Os diversos tipos de suportes que elas permitem abordar têm a grande importância da comunicação em redes. Essas redes permitem que um grande número de pessoas possa desfrutar do que está sendo veiculado. Nesse sentido há de se refletir sobre dois pontos distintos; entre a informação: como manuseá-la de maneira confiável e a responsabilidade de quem está por trás desses instrumentos que fazem essas mídias entrarem em ação.
A informação é a chave da sociedade do conhecimento, pois é através dela que se encontra a grande palavra de: construção, motivação, alienação ou subversão. Quem detém o monopólio da informação, também detém poder. As mídias que circulam têm um significado essencial, pois é nelas que está abarcado tudo que será disponibilizado.
Os mecanismos de distribuição são de responsabilidade de muitos profissionais da informação e um deles é o bibliotecário; pois é ele quem trata do registro, disseminação e recuperação da informação. E a tecnologia já parte do universo das bibliotecas, que já estão lidando com diversos tipos de suportes informacionais dentre eles as mídias.
Saber construí-las de maneira que faça bem para todos e que a informação seja útil é uma tarefa de ética, para sociedade do conhecimento composta por pessoas. Portanto a conscientização de que são seres humanos, que utilizarão elas para consulta de diversas naturezas tem que estar sempre em mente. Pois se deve considerar as questões sociais como: grau de escolaridade, linguagem trabalhada de forma coloquial, culta, políticas públicas de implantação que permitam pontos de acesso á essas mídias; público alvo.
Os meios de comunicação sempre estiveram presentes nas transformações culturais, e com o advento das mídias novos instrumentos são implementados, como exemplo, os signos que refletem o tipo de pensamento de determinada cultura. Na cultura digital, diversos signos são expostos para interpretação das informações, e o grande responsável em construí-los é quem está por trás de tudo: tanto das mídias, quanto dos signos.
Nessa disseminação toda existe os ambientes sócio-culturais que podem funcionar tanto como inclusão como exclusão. Esse compartilhamento todo de informação pode acontecer de maneira positiva, quando há uma educação correta dessas ferramentas. Isso tem que partir dos setores educacionais, e um deles é a biblioteca, o bibliotecário deve ser instruído para saber lidar com essa situação, pois do mesmo jeito que essa “educação digital” tem de ser implantada, as pessoas não devem enxergar isso como uma imposição.
Do outro lado se tem a exclusão digital, que ainda é um problema corrente na sociedade, por mais bens que a comunicação em redes possa trazer. As políticas governamentais têm papel fundamental nesse processo, pois parte dela o dinheiro e iniciativa pública, que viabiliza a compra das ferramentas com as mídias (que são as convencionais como televisão, rádio) disponíveis á esse acesso.
Há de se fazer reflexões profundas sobre esses dois aspectos, pois as pessoas conscientes desse impasse têm, uma responsabilidade enorme com a população. E pequenas ações de voluntarianismo podem fazer a diferença num país com tanta desigualdade social. As pessoas são acostumadas á receber a educação que lhes é passada, e também as informações que lhes é passada. As mídias que fornecem os meios para ela chegar até os receptores são manipuladas em prol de muitos interesses políticos e econômicos, então, por mais apoios governamentais que exista sempre vai ter alguma questão incompatível.
Essa educação em relação ás telecomunicações e como ter a implantação dessas mídias de maneira positiva, deve ser muito bem pensada, pois atualmente a circulação da informação depende quase que exclusivamente delas. E devemos criar uma cultura de pessoas conscientes dos manuseios dessas mídias e não apenas consumidoras delas.
Quando se fala nas mídias um aspecto muito presente em todas elas é o estético. Como existe todo um fetiche por trás delas, e mais uma vez há o impasse de pontos positivos e negativos. De um lado todos os artifícios que chamam atenção para o seu uso, têm impacto na sociedade atual, que sempre necessita do novo. Sendo assim, um maior número de pessoas fará cada vez mais uso dela, para consultar a informação, que será disseminada em grande velocidade.
Do outro lado, esses mesmos artifícios, também incentivam á um consumismo desnecessário, que descartam de forma banal as mídias tidas como convencionais, sem nem mesmo terem sido exploradas até o seu desgaste total. As pessoas se prendem mais no estético e esquecem do conteúdo que elas carregam, que é de fato o que mais importa.
No âmbito da biblioteconomia, todas essas ações que envolvem essa disseminação da informação devem ser muito bem reconsideradas. Pois a biblioteca é o lugar onde há o encontro das informações, independentemente de seus tipos de suportes. Seus usuários têm que estar mais do que “servidos”, tem que estar bem orientados. E há sempre que pensar que não são apenas usuários, mas construí dores de histórias, e essas fontes de informação disponíveis tem fator decisivo na história de cada um.
A sociedade contemporânea passa por um momento em que a tecnologia e os seres humanos tornam-se coisas complexas, pois negar todas essas mídias de informação é uma recusa de pensamento. Para haver uma convicção feliz de todos os aspectos discutidos, não se deve condenar nenhum dos lados: nem das mídias, nem do ser humano; mas uma profunda reflexão pensando realmente para onde caminharemos e como nossas ações são responsáveis por isso.

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